ESPOSENDE E O SEU CONCELHO


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terça-feira, 6 de outubro de 2015

De CARLOS BARROS

Antigas Glórias da ADE:
José Fernando Loureiro Correia - (O Inheco)-;
  O Fernando nasceu a 6 de abril de 1947 e começou a dar os primeiros pontapés na bola, na ribeira de Esposende, iniciando a “sua curta carreira” de jogador no Esposende S. C. aos 16 anos, tendo jogado nos juniores do ESC , acabando a sua carreira em 1976.
  Estava inscrito como jogador na F.P.F. com o número 97.997, jogando como senior em 1971/1972, 1972/73, 1973/74, 1974/75, 1975/76, envergando a camisola do Esposende Sport Club.
   A vida desportiva do Fernando Inheco, está recheada de peripécias interessantes que aconteceram em vários campos de futebol da Associação de Braga.
  Num jogo entre o Esposende e o Ponte da Barca, para o Campeonato, o Esposende perdia no reduto do seu adversário por uma bola a zero e o saudoso senhor Braga que sempre assistia aos jogos, mandou um recado para o banco para o Inheco, prometendo- lhe cinquenta escudos, quantia razoável para essa época, por cada golo que marcasse.
  A informação chegou aos ouvidos do Fernando e no meio da segunda parte, o nosso craque abriu o livro e fez dois golos de rompante, conseguindo a vitória para o Esposende que se defendeu muito bem , até final do jogo.
  O primeiro jogador a sair do balneário, foi o Inheco, que foi à procura do senhor Braga para receber o “pataco” mas, para azar do Inheco, ele  já estava de regresso a Esposende contudo, mais tarde, o senhor Braga, como homem de palavra, apareceu na Havaneza, já que o Zip Zip, estava fechado, e lá entregou os cem escudos em duas notas de cinquenta,  ao Fernando que enrolou uma das  notas de cinquenta no bolso, para o tempo de crise, e a outra foi para as despesas no café e todo o mundo bebeu e comeu com a nota de cinquenta escudos mas, a despesa final ultrapassou o prometido, valeu novamente, o senhor Braga a liquidar o que faltava.
  Foi mais uma vitória do ESC, que possuía  jogadores que suavam a camisola,  não ganhavam praticamente nada, a não ser os referidos lanches no Café Havaneza, Zip Zip ou na Nélia.  O Fernando jogou com o António Pinto, Tião Saganito, Passos, Carvalho, Leonel, Basilio, Jorge, Lázaro, João Muchacho, Pais, Ferraz, Ramalho, Delfim, Sotero, e tantos outros atletas que honraram a camisola do ESC.
  O ESC  sagrou-se  campeão Distrital de Braga e foi promovido à Terceira Divisão Nacional (07-05/72) e a festa de Campeões realizou-se no dia sete  de Maio  e fazia parte da Direção os ilustres esposendenses: Mário M. Henriques, Barreira, Lopes Dr. Reis, Armindo Duarte, Dr. Juvenal-médico-, Armindo da “Fábrica”, Fernando Rego, Francisco Areias, Manuel Rego, Pilar, António Terra,  João Vilarinho, e os saudosos senhores  Braga e  Miranda.
  Era um domingo especial, porque o Esposende deslocava-se ao Marinhas para defrontar este vizinho que possuía uma equipa bastante forte e reforçada com jogadores de boa craveira, sendo o  guarda-redes Fonseca o defensor  das suas redes.
  O Esposende estava a exibir-se bem e sofreu um golo, o que espicaçou os jogadores esposendenses e, o Fernando Inheco,  despertou e num grande remate do centro marcou um excelente golo e, incrivelmente, o árbitro invalidou o tento e foi o “fim do mundo” pois, os jogadores  rodearam o árbitro e quando menos se esperava, seguiram-se agressões  e alguns jogadores “molharam a sopa” ao árbitro e  o Fernando Inheco e o  Tião Saganito  foram expulsos e o  Leonel Laguna também sofreu ordem de expulsão. O jogo terminou aí e o Tião e Inheco ficaram presos no balneário do campo de futebol  mas, o Tião conseguiu fugir pelos campos e só parou em Esposende, escondendo-se no café Marino, enquanto que as autoridades –GNR- o procuravam na Ribeira.
  O processo seguiu para as instâncias do Conselho de Disciplina e o Fernando Inheco foi primeiramente, “Irradiado” e mais tarde, a pena foi minimizada para três anos de suspensão e aqui acabou a carreira do Fernando Inheco não, por culpa exclusiva dele, mas sim de um árbitro mal intencionado que lhe invalidara um  excelente golo…
  O João Muchacho e o Santos,  jogadores que alinharam nesse jogo, não foram castigados, embora cometessem “excessos” mas, felizmente, o árbitro não viu nem registou essas infracções….
  Numa das suas deslocações a Âncora Praia, para defrontar o Âncora - agora Ancorense-  para o Campeonato Distrital da 1ª Divisão, o Esposende Sport  Club desfrutava de uma equipa muito combativa e competitiva, homens de “raça” e de boa têmpera e nessa equipa destacava-se, como era habitual, o Fernando Inheco, um jogador, para a época, soberbo e  quando estava inspirado, era jogador desequilibrador.
  O ESC era treinado pelo “velho“ Laguna, e o Fernando seu familiar, nem sempre levava uma vida regrada e deitava-se “às tantas” nas vésperas dos jogos, o que não agradava ao seu tio.      Nesse jogo entre o Âncora e o Esposende, o Inheco foi colocado no banco de suplentes, o que geralmente não se incomodava e, ao intervalo, o Esposende estava a perder por um a zero.   Nesse espaço, o Fernando saiu do banco e foi fazer as “necessidades”, numas austrálias, vegetação existente, junto ao campo de futebol e o mestre Laguna andava à sua procura para entrar na segunda parte porque o jogo estava feio. No reinício do jogo, o craque entrou, para espanto da assistência que desconhecia aquele jogador, penteadinho, de caracolinho na cabeça e ar vaidoso… Mas, passados uns minutos, o Inheco, em três grandes jogadas fez três golos e  o Esposende venceu o seu opositor por três bolas a uma, perante a alegria do treinador Laguna e da pouca assistência do Esposende.
  O tio Laguna, no final do jogo, olhou para o sobrinho e disse-lhe:
- Malandro, poderias ser o melhor jogador português, não fosse a malandrice e a vagabundagem…
 O Fernando olhou para o tio e respondeu:
 Deixe lá de conversas, vamos mas é para a Havaneza comer umas sandes e  uns “canecos” que o Jerónimo está à nossa espera…

domingo, 28 de setembro de 2014

"Antigas glórias de Esposende Sport Clube - E.S.C.-" - ANÍBAL MÓ

Aníbal Mó - Antiga glória do ESC


José Aníbal Loureiro Gonçalves Mó nasceu a 19-06-1948 e foi um excelente guarda-redes do ESC, começando a sua carreira futebolística nos juvenis do ESC e espraiou nos campos pelados, já que os relvados eram raros, toda a sua categoria como  “Keeper”.
Guarda-redes com excelente colocação dentro dos postes e era ágil como uma “raposa” a defender bolas chutadas “à queima roupa”, e tinha enormes reflexos, defendendo bolas dificilmente defensáveis para outros guarda-redes.
Representou uma época o Apúlia e o Fão, neste clube já como agente  da Guarda –Fiscal,  durante uns escassos meses, mas com seguro, uma das suas exigências, quando a equipa fangueira, lutava para não descer de divisão e o Aníbal Mó, Tonho e João Muchacho foram os reforços vindos do ESC que “salvaram” o Fão de uma despromoção iminente. No Apúlia jogou com o defesa central Pinho e com o Julinho e a direção Apuliense, na altura, pagava bons prémios. No Fão também jogou com o Né e o irmão  Bernardino, excelentes avançados, esquerdinos natos.
O Mó, deixou de jogar aos 28 anos mas,  prolongou a sua carreira no futebol de cinco no Fluvial  Vianense, em 1969, e cessou de jogar aos 41 anos, chegando a ser campeão Nacional nesta modalidade de futebol de salão. Nessas equipa jogava o Fernando Inheco e o Leonel Laguna. Para ver os jogos a Viana do Castelo, chegavam a ir dois e três autocarros do Linhares para ver jogar estes excelentes jogadores esposendenses  no Fluvial Vianense.
Num Apúlia-Esposende, que terminou com um empate de 2-2, o Aníbal fez uma exibição portentosa e em Esposende foi muito criticado pelos esposendenses, sem razão que o justificasse, já que ele representava o Apúlia, o que não era bem aceite pelas gentes de Esposende…. Outros tempos….
Recorda-se de um Esposende-Fafe, esta equipa era extremamente forte e competitiva e tinha grandes jogadores (Portugal, Valença…) e o Aníbal fez a exibição da sua “vida” e o ESC ganhou, contra todas as expectativas por 1-0,  sendo a única derrota sofrida pelo  Fafe,  com um golo do avançado Bino, de Vila Chã, irmão do Américo, defesa central que também representou o Esposende.
Nesse jogo, o Aníbal saiu lesionado e foi substituído pelo Qui Tripas que  conservou as suas redes incólumes mediante uma  portentosa exibição. Ao Quim Tripas chamavam-lhe o “homem elástico” devido à sua “elasticidade física”, com saltos mortais” e voos espectaculares na defesa na sua baliza.
O seu colega de equipa, Fernando Inheco, grande amigo, chegou a ir treinar ao Boavista, acompanhado do primo Leonel Laguna mas, a transferência não se concretizou. O Mó foi treinar ao Varzim e esteve iminente a sua  transferência contudo como pertencia ao Salva-Vidas, para evitar o serviço militar, teve que permanecer em Esposende. O Comandante da Delegação Marítima Tavares, controlava, sem piedade, os movimentos destes jovens esposendenses e chegava a mandar tocar a sineta do Salva-Vidas para “fazer a chamada”, o que revoltava o patrão do salva-vidas o “velho Laguna”.

sábado, 30 de agosto de 2014

"Antigas glórias de Esposende Sport Clube - E.S.C.-" - ADELINO TORRES

O Esposende Sport Clube, atualmente A.D.E.,  foi e é, uma Instituição desportiva meritória, com Estatuto de Utilidade Pública que muito deu e continua a dar ao desporto local, regional e mesmo Nacional.

ADELINO TORRES

  Por esta Instituição passaram muitos presidentes, dirigentes, técnicos, jogadores, roupeiros e funcionários  que se empenharam de "corpo e alma" para que o nome de Esposende fosse conhecido e respeitado por todos os que orbitam em redor da problemática desportiva, especialmente, neste caso, do FUTEBOL.
   A Associação de Futebol de Braga, foi fundada no dia 27 de novembro de 1922, num longo caminho  já trilhado, com os seus dedicados "servidores" e, no caso de Esposende-ADE/ESC, é justo realçar o dirigente, Porfírio Gomes, "pau para toda a colher", entre outros ilustres esposendenses: Orlando Sá Pereira, João R. Vilarinho, António Lopes da Silva Miranda, José Ferreira Laranjeira, Mário Batista Marques Henriques, Manuel da Silva Pinto entre outros insignes dirigentes.
      Nesta rúbrica desportiva, irei tecer uns comentários sobre aspetos da vida dos ex-jogadores do ESC/ADE e, mais tarde, dos seus mais ilustres dirigentes. Nesta primeira fase deste trabalho escrito, serão descritas  vivências de alguns jogadores, não sendo um registo biográfico dos mesmos, apenas curiosidades que enriquecem a vida  histórica e desportiva desses atletas do ESC/ADE.
      Dessas "Velhas glórias", veio à "mão de semear" o ADELINO TORRES, um velho amigo que muito aprecio.
       O Adelino foi avançado de centro do ESC e é natural de Esposende, cedo começou a trabalhar como tipógrafo na Tipografia Cávado, sendo colega de trabalho, do senhor Belemino, pai do professor e maestro António C. Ribeiro.
      Representou o Esposende-ESC- durante duas épocas e era uma avançado codicioso e "rato de área" e marcava muitos golos de cabeça, embora fosse um atleta de baixa estatura, tinha um grande poder impulsão e remate certeiro.
       A sua carreira desportiva foi curta porque teve de emigrar para a França e jogou com o Moreira, guarda-redes do S. C. Braga, Leonel Laguna que era seu primo, Sotero, A. Pinto, Saganito, Graça/Augusto-guardas-redes-, Zé Taitas, Passos,  Amâncio, Carvalho, João Vilarinho e Cruz entre outros jogadores.
     Um certo dia, o Adelino, Sotero e Laguna foram treinar ao Riopele, que pagava bons prémios pelos treinos e o dinheiro que recebiam era para "comer e beber bem", segundo me afirmaram estes briosos atletas do ESC.
       O Sotero e o Adelino chegaram a treinar ao Gil Vicente,  e quem os levou foi o senhor Lamela no seu Citroen- "Arrastadeira". ainda como juniores, e era o Presidente do Gil Vicente o senhor Henrique mas foi sol de pouca dura porque o "poiso" deles era Esposende... Nessa altura o treinador dos Juniores do Gil Vicente era o Rafael, antigo jogador do Belenenses, colega do Vicente Lucas, Matateu,...
     O Adelino Torres jogou no Varzim, levado pelo Nelo Linhares, diretor do clube poveiro, e era  o jogador mais jovem da equipa e ganhava mais dinheiro nos juniores que alguns seniores do Varzim, devido à sua classe e valor como atleta e homem. O treinador do Varzim "Berna", antigo jogador do Real Madrid, dizia aos outros jogadores:
      Se quiserem ganhar mais dinheiro que o Adelino, joguem como ele!..
      Este diretor pagava ao Adelino 25$00 por dia, e ainda mais as viagens  de Esposende até à Póvoa de Varzim e essa quantia era já bastante razoável para essa época.
     O Dr. José Amândio, proprietário da Tipografia Cávado, facilitava-lhe a vida ao Adelino, para ir aos treinos e jogos e ele reconhece este gesto benevolente deste ilustre esposendense.
      Os pais do Adelino-senhor Adelino, motorista do Linhares, e a senhora Albertina Romana- não lhe facilitavam a vida como jogador e teve de ir trabalhar, como tipógrafo, para ajudar o sustento da família porque a fartura não abundava. O Adelino foi sempre um bom filho e irmão solidário para os seus irmãos: Albertina, Octávio, meu companheiro de carteira na Escola Primária, Fernando, Manuel...
     Um dia, após muitos anos como emigrante, regressou de França, de regresso a Esposende, na companhia da sua  esposa Suzana-falecida-. e os seus filhos continuam amigos do Adelino, fazendo-lhe visitas esporádicas a Esposende.
      O nosso amigo Adelino, lá vai fazendo pela vida, vivendo uma vida calma, fazendo as suas compras na sua bicicleta de cestinho, cumprimentando os amigos que muito o admiram.
        Estes dados curiosos "nasceram " de uma conversa informal, no dia 22 de setembro de 2013, junto à Igreja Matriz de Esposende, num dia em que o sol esteve presente para me inspirar nesta descrição...
                                                                   Carlos M. L. Barros

                                                                   Esposende 25 de agosto de 2014