ESPOSENDE E O SEU CONCELHO


segunda-feira, 29 de junho de 2009

Caríssimo Neco...

Acompanho ao longo dos anos a tua dedicação à nossa causa comum, Esposende e suas gentes.
Sempre nutri uma admiração profunda pelo modo como lidas com as palavras e como as colocas a serviço das necessidades e dos anseios do nosso povo.
Graças a Deus que Esposende pode contar com um Ombudsman da tua estatura moral e cívica.
Neco, cronista do nosso Povo, muito grato pelas tuas palavras encorajadoras.
Voltarei em outro post para te agradecer de coração as tuas palavras amigas e pela divulgação do blog.

Semana passada

A semana passada foi tão cheia de novidades e emoções que fiquei sem saber o que postar.
Recebi do amigo Lino Rei um baú de recordações. Foram dois dvd's de filmes do passado e do presente do nosso torrão natal. Ao longo dos anos o nosso conterrâneo vem captando pelas lentes da sua inseparável filmadora, momentos importantes da vida da cidade.
São filmes sobre as festas de Nossa Senhora da Saúde e Soledade, cortejos etnográficos, exibições de bandas de música, exposições públicas de pintura, o trabalho solitário de alguns artistas da terra, a vida da ribeira, o nosso Cávado, etc. Em resumo, são verdadeiros tesouros que pretendemos revelar aos nossos queridos leitores.
Recebemos também, imagens atuais que pretendemos compartilhar com todos, que como eu, vivemos longe da terra, com o coração partido, mas com a alma plena de orgulho de ter nascido em Esposende e fazer parte da nação Esposendense.
Fica-nos o receio de não agradarmos ou de ser mal interpretados. É que muitos Esposendenses que aparecem nos vídeos já partiram para a casa do Pai. Confesso que me emocionei ao ver tantas pessoas com as quais convivi. Coração apertado, engasgos emocionais e algumas lágrimas correram. Haja coração. Acreditamos que ao recordar esse passado tão significativo para nós, será ocasião para vivermos com mais intensidade o tempo presente.
Veremos mais tarde o que poderá ser feito com os filmes e desde já, contamos com o apoio de todos.

Semana retrasada





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Semana retrasada recebi duas publicações extremamente importantes para a história de Esposende e do seu Concelho. A primeira é a Monografia do Concelho de Esposende de Manuel Ayres Falcão e a segunda, é do nosso amigo Manuel Albino Penteado Neiva, Esposende: Páginas de Memórias. Contarei num post especial sobre as peripécias durante o processo de aquisição destes dois livros que não podem faltar na estante de uma casa Esposendense.

Música na rua

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Uma idéia excelente. Muito boa essa proposta de levar a boa música para locais públicos.
Aplausos aos músicos e que o Coro do Grupo de Câmara de Esposende continue a receber o carinho do público e o reconhecimento de todos.

Fão reuniu antigas estrelas do futebol

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"Estação Salva-vidas é inaugurado a 19 de Agosto"

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Farol de Esposende


Destaques da edição de 19 de junho de 2009:
"Encontrar aquilo que nos une" - Alberto Bermudes;
"Tesouradas: Que cachola..." - Neco;
"Lugares e memórias: Rua Dr. Lopes Cardoso" - Manuel Albino Penteado Neiva;
"Encontros da Arquitectura";
"Salva-vidas inaugurado a 19 de agosto";
"Fão reuniu antigas estrelas do futebol";
"ADE com direcção";
"Música na rua"

Caríssimos leitores...


vejam abaixo, a culpa pela demora em novos posts.
1- internet “fora do ar” ( );
2- “pane” no computador ( );
3- excesso de trabalho ( );
4- compromissos familiares ( );
5- “só no social” ( );
6- festas juninas(Sto. Ant.º, S. João, S. Pedro e S. Marçal) (X)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Época gloriosa do nosso querido Esposende Sport Club

Republicação

Equipa do E.S.C nos anos 60, mais precisamente em..., quem sabe?
Vou lançar mais um desafio aos queridos leitores.
- Quem é quem na fotografia?
- Quem está na foto?
Por favor identifiquem os craques e mandem os seus nomes para publicação. Desde já agradeço.
Esta foto é uma preciosidade. José Costa muito obrigado por compartilhá-la.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Pintor Fernando do Rosário no YouTube - O Gaiteiro



O pintor esposendense Fernando do Rosário compartilha com os leitores do blog o término da sua mais recente obra onde retrata o gaiteiro minhoto.
Fernando do Rosário é o artista que reproduz na sua arte a alma do povo português.
Sua identificação com a terra natal é traduzida no conjunto da sua obra dedicada a retratar personagens típicos da região.
Fernando do Rosário é, hoje, um dos mais exímios pintores da actualidade.
VÍDEO DE ALFREDO JOSÉ BARROS DA CRUZ

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A Comunhão Solene - MAX

MAX
Alex estava numa de sete cucos.
A mãe andava mais que preocupada e atarefada em arranjar-lhe fato alugado para a Comunhão Solene pois dinheiro era coisa que rareava lá em casa. De resto, poucos dos colegas de doutrina se dariam ao luxo de pôr fatiota nova, à excepção do filho do juiz e de uma ou outra moça filha de lavrante rico lá das redondezas.
Na formação dos gabirus para o retrato da praxe - alinhados à custa de uns penicões do “Fura”- sacristão que vestira a pele de sargento naquele domingo especial - este e aquele miúdo ainda destoava na sua camisolita simples com calça de fioco e a camisa branca estriada do ano anterior.
Pela enésima vez, o fotógrafo batera o “boneco” mas havia sempre algum que cegava ao flash e aquele outro que virava a cabeça para sudoeste, no momento de ficar relembrado para a posteridade. Alex lá se perfilou numa das duas filas de cima, entalado entre o “Cuco” e o Gonçalo, pois este, de tão alto e magricelas, na ponta do banco, fazia de trapezista para não tombar de lado, por qualquer rabanada de vento ou, mais receoso, se o “Atita” fazia músculo, para tentar mostrar o terço e o livrinho da comunhão, em cada mão, à boa maneira bíblica de Aarão. Nas filas de baixo, protegidas, púdicas de virgindade e ancoradas na santa Fé pelo arcipreste, as meninas pavoneavam-se nos seus vestidos de pré- noivas enquanto uma ou outra ia fazendo já olhinhos aos futuros namorados.
- Toca a olhar p’rá qui – berrava o retratista – … um e dois… três!
Mas o dia da Comunhão Solene fora tão só o culminar de horas e horas a fio de catequese, de Domingos e finais de tarde e só os mais assíduos haveriam de decorar todos aqueles credos. Já fora de prazo, ainda era preciso convencer o santo do arcipreste de que o garoto não pudera ir todos aqueles dias pois fora ajudar o pai, ao mar; e o reverendo lá se deixava ir na onda, se entretanto soubessem, ao menos, os Mandamentos da Santa Madre Igreja e, no mínimo, rezar o Acto de Contrição, para se poderem confessar. Após juras daquelas mães zelosas, lá se completou o número certo e necessário. Talvez que estes “últimos fossem os primeiros” aos olhos do Criador.
A catequese para o grande dia era repartida entre o salão por cima da sacristia e a nave da igreja que juntava o tutti para os cânticos da missa da Comunhão. Com a pedaleira do harmónio ao fundo para se sobrepor aos desafinanços dos “Ataus” e dos “Barriganas” que teimavam nos seus baixos rinocerônticos, o arcipreste bem que se esforçava por os fazer abafar nos sopraninos tímbricos das meninas que, essas sim, faziam concorrência ao coral dos Querubins e Serafins, lá nas alturas dos céus, e já estariam até na lista de espera de Santa Cecília, padroeira dos músicos, quando chegasse a hora delas! Desesperado pela barulheira, o bom do padre mandou o seu “sargento-mor” calá-los à força. O “Fura” não se fez rogado e distribuiu mais meia dúzia de croques naqueles contrabaixos inoportunos, que passaram, desde então, a afinar aos soluços, enquanto disfarçavam as lágrimas pelo K.O. técnico.
Quanto aos Mandamentos, Sacramentos e doutrina em geral, a prova dos noves ainda deixava muito a desejar:
- Então diz lá tu, aí ao fundo – inquiria o arcipreste – quem é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade?
Responde o “Faztudo”:
- Num sei, Sr. Arcipreste …
- Não sabes? Vamos lá: Pai, Filho e …Esp….
- Esprito!?
- Valha-te Nosso Senhor Jesus Cristo! Espírito Santo!
Inquirindo outro malandreco, perguntou-lhe pelo “rei” dos apóstolos.
- É S. Paulo!? - Miou um dos “Gatinhos”.
- S. Paulo? Uma paulada merecias tu. De que lado és?
- Sou do sul, Sr. Arcipreste.
- Então, não há na vossa festa uma marcha bonita?
- Ah! É a marcha de S. Pedro!
- Vês como sabes? O “rei” dos apóstolos é então … (?) S. Pedro.
- Aí ao meio, tu, o de cabelo espetado – virando-se para o Rique das Voltas – diz lá os Sacramentos da Santa Madre Igreja.
- 1º Baptismo, 2º Confrimação, 3º‘Caristia, 4º P’nitença, 5º (?) Quinta Unção, 6º Orde e 7º Patrimóne!
Risada geral que só abrandou quando de novo o sacristão distribuiu mais uns tabefes secos à claque camuflada lá atrás, no último banco. Serenada a cambada, o santo do padre continuava o exame final da doutrina. Mudando agora de táctica, perguntava às moças:
- Ora então, diz lá tu, Maria da Luz, qual é o 1º Mandamento da Lei de Deus?
- Adorar um só Deus e amá-lO acima de todas as coisas!
- Muito bem, menina. Vêem rapazes, quem tem vindo à catequese nunca esquece!?
Como podia Alex esquecer também aquela alma de verdadeiro exemplo de caridade cristã que a todos dera já um empurrãozinho para encostá-los à porta do céu? Como não lembrar aquelas traquinices em que a brincar se aprendia o sério da vida e o alimento do espírito, mesmo que com a fraqueza do corpo pela fome de então?
A esta mesma hora, lá no alto, Santa Cecília deverá estar com os mesmos problemas a tentar ensaiar com alguns destes gabirus!...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Pintor Fernando do Rosário



Atelier do pintor Fernando do Rosário.
Rua Eng. Custódio Vilas Boas, em frente aos Correios de Esposende
VÍDEO DE ALFREDO JOSÉ BARROS DA CRUZ

sábado, 13 de junho de 2009

Da minha aldeia

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
Alberto Caeiro

Bombeiros Voluntários de Esposende festejam aniversário



Clique na notícia para ampliá-la

Associação de Pescadores Profissionais do Concelho de Esposende




Associação festeja 10º aniversário.

Farol de Esposende

Destaques da edição de 05 de junho de 2009:
"Um país seguro" - Alberto Bermudes;
"Tesouradas: Mas há mais!" - Neco;
"Pescadores chamam atenção para barra";
"Procissão em homenagem aos homens do mar";
"Catraia vistosa no Seixal";
"João Cepa visita Salva-vidas";
"Floricultores 'inundam' Apúlia de flores";

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Lápis Viarco

Viagem ao passado.
Eu tive lápis de cor Viarco.

A escola - Max

MAX
Debatiam-se, no Conselho de Turma, os prós e contras para transitar o “Bravo” – nome de guerra por que era conhecido na escola o Barbosa. O seu cardápio escolar, mais longo que o último episódio de novela TV, em participações de todo o género, primava pela falta de educação e expulsões várias. A perspectiva de avaliação final de ano apontava para as já esperadas oito negas, não fora a complacência de um ou outro professor que destoou do grupo, pela atribuição da positiva mínima.
A alcunha viera-lhe do apelido que ele teimava em escrever – Bravosa - pois a sua configuração física destoava do normal da turma de dez e onze anos e onde, como em camisa de sete varas, o obrigaram a ter de fazer parte. Protagonizaria, por tal motivo, cabeça de cartaz, em decisões de litígio de recreio, já para não falar dentro da sala de aula que constituía o teste supremo, para qualquer professor que, a ser ultrapassado, poderia candidatar-se à santidade dos altares, tal a paciência exigida para com este sobredotado.
Com 16 anos bem maduros, as capacidades cognitivas do “Bravo” mostraram-se pouco acima do limiar zero do Q.I.. O Conselho continuava com o dilema, temendo que mais um “chumbo” conduziria este “iluminado” ao abandono escolar. Um professor sugeriu que o transitassem pois enquanto permanecesse na escola não faria razia lá fora; razões extra, de pais separados e alcoólicos e a proximidade ao tabaco e à droga, vieram à baila e a tripla retenção acabaria por corromper a próxima turma onde recaísse. O Conselho concordou com a sua passagem, ao abrigo do tal artigo, avolumando cada vez mais a santa ignorância deste país, de resto bem patentes nas “Novas oportunidades” onde, de uma assentada, se fazem doutores à pressão !
Mas o caso não se ficou por aí, pois, logo mais, em nova reunião de um outro Conselho de Turma, um encarregado de educação não se convenceu de todo com os argumentos do Conselho, pela obrigação do filho em ter de marcar passo no mesmo ano, idealizado que tinha para o seu primogénito um projecto de engenheiro, teimando que o filho haveria de acabar os estudos em doutor-engenheiro. A Ordem porém deliberara que o pequeno “Eiffel” tinha ainda muito tempo para rever os cálculos dos alicerces para as futuras pontes, pois as actuais caíram por terra, tal a ferrugem por tanta ignorância supina acumulada. E o assunto ficou definitivamente encerrado.
Alex reviu os seus tempos de escola primária onde, sem tantas reuniões, as coisas funcionavam com eficácia salomónica. To be or not to be, passar ou não passar de ano era um ponto de honra a defender pois a “raposa” era estigma duro de suportar; o insucesso andava associado, não à falta de inteligência da criança mas à fuga da escolaridade, por ter de ajudar-se a família ao provento do dia a dia.
Recordou então os “Passarinhos”, os “Gatinhos” e os “Morrosóis” que coitados, mal se resguardavam daqueles frios invernosos, em farrapos e andrajos de ocasião que fingiam proteger corpos magricelas de geração de crianças grandes. Por isso, o pó das carteiras ia-se avolumando com as suas ausências, requisitados ao mar, em catraias “cascas de nozes” que não era suposto arribarem ao cais cada manhã. Outras vezes, ainda ensonados da faina marítima, anestesiada a fome com o naco de pão bolorento e a tigela de caldo de couve e massa esbranquiçada, tentavam afinar à tabuada, enquanto endireitavam a caligrafia pelas linhas do caderno ou (des) convertiam metros a centímetros, sob a ameaça da palmatória do professor fazer os respectivos acertos nas suas já calejadas mãos.
Naquele tempo, a cana comprida do mestre sibilava-lhes ao redor das cabeças fazendo-os acordar para as regras de comportamento, para os cursos dos rios e linhas-férreas a decorar. Ai que se queixassem em casa pois ainda tinham dose a dobrar! A escola ensinara-lhe certos valores, como a amizade, a solidariedade e o respeito quase sacrossanto pelos pais e professores.
Vieram-lhe à memória aquelas Quartas Feiras em que a sala de aula virava tribunal e em que a “Santa Catarina” transformava as suas mãos em tachos de estrelar ovos e nem cabelo de cavalo com azeite ajudava a tornear a dor, enquanto grossas lágrimas escorriam pelos “crimes” cometidos: quatro erros no ditado, por confusão dos ésses dos botões cosidos com os zês das fanecas cozidas; dois problemas errados, na aritmética, por se ter roubado mais ao quilo do algodão que ao litro do vinho tinto. Se era na História, cometera-se o sacrilégio de alterar a cartilha, confundindo-se o rei Gordo, D. Afonso II, a plantar o pinhal de Leiria, enquanto D. Dinis, O Lavrador, distribuía mais umas sacholadas valentes no costado dos mouros, ganhando para Portugal a quinquagésima batalha desde O Conquistador. A coisa ficava ainda mais feia na Geografia do Reino de Camões, quando alguém desviava o Cávado do seu leito para o desaguar ali para os lados do Forte de Viana, com comentários críticos do professor quase a merecerem prisão no dito cujo. E que dizer então das linhas férreas onde a ignorância da petizada fazia até descarrilar comboios, pelo desvio das agulhas ou, quando aquele mais sabido, direccionava a Linha do Norte para um apeadeiro desterrado na fronteira de Espanha, pondo em perigo até a unidade nacional!?
No tribunal das Quartas Feiras, uns tantos sujeitavam-se à dose suplementar da palmatória, por riscos nas carteiras, salpicos de tinta permanente no soalho, quebra de vidros da sala com a bola de farrapos ou bexiga de boi de matadouro, porrada com colegas, surripianços de ardósias dos vizinhos de carteira, entre outros crimes!
Nessas ocasiões, a professora também lhe ensinara, no Canto Coral, o Hino Nacional, o Não vás ao mar Tonho, as Pombinhas da Catrina e tantas outras canções que eram disputadas em altura tímbrica com os mais velhos já conhecedores de todo o reportório coral, por repetências acumuladas. Ninguém estranharia sequer as mudanças de vozes de alguns “Pavarotis”, do garnizé ao galináceo mais apurado, camuflados atrás do coro, que de boca aberta fingiam-se aos barítonos e baixos. Havia ainda quem as fizesse pela calada, em incursões aos bolsos dos calções, disputando uma e outra perisca, apanhada no passeio da rua e a ser fumada na retrete da escola, no intervalo seguinte. Se a dita cuja não chegava para todos, dividia-se irmãmente o prazer e assim enquanto os mais velhos fumavam o “charros”, os demais iam treinando nos cigarros de barba de milho!

terça-feira, 9 de junho de 2009

10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

Divulgação:
Recebi do amigo e conterrâneo José Abertas.

"Amigos portugueses ou com descendência portuguesa:
Amanhã, dia 10 junho, é feriado em Portugal.
Nesse dia é comemorado o dia de Portugal, das comunidades portuguesas e de Luiz de Camões. Peço que enviem uma mensagem para o e-mail: marciasilva@esposenderadio.pt
As mensagens enviadas serão lidas na Esposende Rádio, site: http://www.esposenderadio.pt/ no programa Discos Pedidos, que vai ao ar das 9 às 11 da manhã (Hora do Brasil).
Na 1ª hora, o programa será apresentado pela locutora Fernanda Araújo, e na 2ª hora pela locutora Márcia Silva.
Aproveitem a festividade para demonstrar o Amor que sentem a Portugal.
Um abraço a todos.
António José Pereira Abertas.
Obs.: Peço que divulguem este e-mail a todos os amigos e descendentes portugueses."

domingo, 7 de junho de 2009

Apanha do sargaço



Vídeo excelente.
MEMORIAMEDIA
"O projecto MEMORIAMEDIA tem como objectivo fixar por meios multimédia momentos da tradição oral portuguesa e global, organizar e divulgar os conteúdos adquiridos no formato web-vídeo."

Visite o site do Grupo dos Sargaceiros - Clique aqui.

Apúlia

APÚLIA

Ó praia azul, das mãos de El-Rei herdada
Quem te roubar não deu à Pátria ouvidos.
E os filhos dela, em branca revoada,
Exigem os espólios, devolvidos.

Nestas paragens há bezerros de oiro
Que, em vão, procuram ébrios, ajoilhados.
O Povo, aqui, é principesco e loiro
E guarda o culto dos antepassados.

Apúlia eterna! Apúlia independente!
Muro a deter toda a invasão secreta.
Não sou ninguém, mas sou alguém que sente
Em vós, Irmãos, minha alma de poeta.

Deixem-nos, sós, viver livres, ao menos,
Se deram vida (a sua vida!) ao mar.
Ai! Sargaceiros já não têm terrenos
Onde os seus barcos possam descansar!

PEDRO HOMEM DE MELLO
Junho de 1973

Grupo dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia



Sargaceiros da Apúlia na UCP Cergy Pontoise - 1

Quer saber mais sobre o Grupo dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia?
Visite o site do Grupo. Clique aqui e será direcionado para o site, mas depois volte, certo?

Visite também o YouTube.

"Esposende - Breve roteiro histórico"

"Livros que não podem faltar na estante de um esposendense."
Estante de autores esposendenses:
AUTOR:
MANUEL ALBINO PENTEADO NEIVA
TÍTULO: ESPOSENDE – BREVE ROTEIRO HISTÓRICO
EDITORA: EDIÇÃO DO AUTOR
ESTANTE: HISTÓRIA
COMENTÁRIOS: EDIÇÃO DO AUTOR, ANO 1987, 178 PAGS, BROCHURA.
CURIOSIDADES: EDIÇÃO ESPECIAL COMEMORATIVA DOS 40 ANOS DO NÉLIA – 18 DE MARÇO DE 1987.

Sobre os postais de Esposende

Sempre fui apaixonado pelas coisas da minha terra.
Ninguém sabe, mas pelos meus quinze anos, lá me mandava para a cidade do Porto pra garimpar postais e livros antigos nos alfarrabistas existentes na cidade.
Confesso, ainda, que morria de medo de me perder, pois não sabia andar na cidade. Era uma aventura e tanto.
Consegui alguns postais e alguns livros que se encontram em Esposende. Mas nem sempre era bem sucedido na empreitada.
Na época, só lamentava que o dinheiro fosse pouco. É que ainda tinha que comprar a passagem de volta. Algumas vezes o dinheiro só dava para ir até a Póvoa, depois tinha que pedir boleia.
Foi assim que tudo começou.
Vista aérea do centro de Esposende.

Esposende - entrada pela parte sul.

Largo Rodrigues Sampaio .
Pescador na ribeira.
Paços do Concelho.

Hospital Valentim Ribeiro da Fonseca na Av. Brasil.
Farol da barra.
Clique nas imagens para ampliá-las.
Material enviado pelo nosso amigo e conterrâneo, Eugénio Ferreira.
Muito obrigado.
Fonte: Esposende, Monografia do Concelho, Manuel Ayres Falcão Machado, 1951.

sábado, 6 de junho de 2009

Candeeiros das ruas de São Luís/MA - Brasil

Para Esposende

Clique nas fotos para ampliá-las.
Obrigado.










A parte velha da cidade, conhecida por Praia Grande - Reviver, com os seus os sobrados de azulejo, os candeeiros (lampeões) e os paralelepípedos(paralelos)...
São Luís é patrimônio mundial - da humanidade - de todos nós. Desde 1997, a Unesco concedeu à cidade o título de Patrimônio Cultural da Humanidade por ser um dos maiores conjuntos de arquitetura civil de origem portuguesa nas Américas.
©Todos os direitos reservados
Eu sou fã do Centro Histórico.
Clique aqui para ver mais fotos de São Luís.

Eu tenho saudades do escudo

VINTE ESCUDOS - 1964

Porque hoje é sábado

"Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar.
...
Há a perspectiva do domingo
Porque hoje é sábado"

Vinícius de Moraes

Açores e Madeira



"Para os açoreanos e madeirenses em Esposende e conterrâneos nossos naquelas ilhas."
Cortesia de Lino Rei.

Visite o canal koenig1705A5
Clique aqui.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

CC Taipas 4-0 AD Esposende - Taça AF Braga



Festa da AF Braga 2007/2008.
Vídeo gentilmente cedido pelo conterrâneo e amigo,
LINO ANTÓNIO DA SILVA MARTINS REI.

Visite o canal koenig1705A5
Clique aqui.

Aos esposendenses da urbe e aos da diáspora.
Recordar é viver com mais intensidade.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Esposende no Orkut

Comunidade no Orkut dedicada à cidade de Esposende - a cidade do Cávado.
Clique na imagem para ampliá-la.
Para acessar a comunidade tem que estar "logado" ou ser convidado por um membro.

Mulheres Pescadoras de Esposende e Velhos Lobos do Mar


CLIQUE NAS IMAGENS PARA AMPLIÁ-LAS
Material encaminhado para publicação no blog
pelo nosso colaborador permanente,
ALFREDO JOSÉ BARROS DA CRUZ .

A lota - Max

MAX
Ali para os lados do Salva-Vidas, arrematava-se, alto e bom som, a última faina da faneca, acamada em gigas, e que se multiplicava no inclinado do cais. Em seu redor, o mestre da catraia, qual contra tenor de cantata, dava começo à sinfonia da lota, vociferando e inflacionando a pescaria, à boa maneira marroquina:
- Dá trinta mil réis …dá trinta mil réis …
Peixeiras experimentadas, enroladas de xailes pretos e socos a condizer ou descalças e pés calejados por tanto quilómetro batido às aldeias vizinhas de Gandra, Forjães, Vila-Chã e até Barcelos, ou charrete até Braga, acalentavam a cantilena do mestre Sampaio e iam inflacionando o preço com mais uns mil réis acima, logo contrariadas pelas mais endinheiradas que, em jogos de olhares, já tinham por garantido o peixe pois eram as que pagavam logo e na ocasião. Estas limitavam-se a esperar pelos últimos lances.
Umas, faziam alarde do seu poderio económico, visível nos seus brincos à vianeza, cordões e gargantilhas de ouro, ícones de uma viuvez bem sucedida pelo lucro nas partes dos tresmalhos e das catraias que os falecidos lhes deixaram por testamento. As outras, que tinham de fazer pela vida, ainda teriam que revender o peixe, alinhado nas gamelas, nas aldeias mais próximas de Fão, Marinhas, Castelo, fizesse sol ou chuva, para pagarem, à noite, ao mestre.
- Dá trinta mil réis …dá trinta mil réis – perante o silêncio, o Ti Sampaio parece chateado – Então, caralho, ninguém quer esta faneca vivinha da costa?
- Trinta e quinhentos – arrematou a Caravelha.
- Dá trinta e quinhentos, trinta e quinhentos, uma… trinta e quinhentos, duas…
- Trinta e sete – sibilou a Silvana.
- Porra, mulher – atacou a Ondina – p’ra que é tanta ganância, vais vendê-la toda em Gandra?
Riposta aquela:
- Olha, vai mais é à merda, o que é que tens com isso?
- Dá trinta e sete – alteava o Sampaio, alheio aos “elogios” entre as comadres – trinta e sete mil réis, uma … trinta e…
- ‘cárenta – destoou a voz da Torcata.
- Dá ‘cárenta mil réis …
- ‘cárenta e quinhentos – vociferou a Siloca.
- Gananciosa – atirou a Tina da Solha – mete-o entre as pernas … sua …
De imediato, aquilo pareceu dar bronca e sentia-se no ar que não ia acabar bem. Contidos os ânimos, atacou o velho lobo-do-mar:
- Dá c’árenta e quinhentos, uma… c’árenta e quinhentos, duas … – crescia a expectativa –, c’árenta e quinhentos, tr…
- ‘cárenta e seiscentos – fez subir voz desconhecida, o que provocou o espanto das peixeiras da terra.
- Queres ver esta – Murmurou a Ondina – são da Póvoa ou do Castelo?
- Dá c’árenta e seiscentos, uma … dá c’árenta e seiscentos, duas … dá c’árenta e seiscentos, três …(?). Rematado.
Seguiu-se o congro, a raia, o peixe-sapo, o peixe-rosa, o peixe-espada, o rodovalho, e por fim, os crustáceos: lagosta, arola, caranguejo, lavagante …
Noutros tempos, a cantilena era a mesma e, agora como então, também se esperava que arribassem ao cais as catraias dos Sr. dos Passos do mestre Feliz, da Nª. Sra. da Saúde do Calica, da Sra. Das Dores do Libra e do S. João da Barra do Torcato, entre outras. Gente de pescadores, que fazia ofício do mar, haveria de continuar a rematar a faina daquelas catraias puxadas à força de remos e da ajuda das velas, quando o vento estava de feição, ou dos menos endinheirados, com os seus barquitos com os quais um tossir mais forte do mar tanto luto trouxera a viúvas da terra.
A canalha já se habituara aos cognomes dos mestres e das peixeiras e quando se falava de Doninhas, Nazarés, Micas Catanas, Silocas, Adelaides, Marias e Chitas Batatas, Ti Anas Brancas, Marias Cachuchos, Isabéis Caveiras, Galgas e Pequeninas, entre outras, era sinónimo de respeito e quase a merecerem bustos de bronze, ali pró Sul ou Central, se houvera na ocasião comemorações e medalhas do 10 de Junho e os mil réis necessários para pô-los de pé. Sim, que de estátuas e figuras públicas a vila estava quase desnuda, não fora o poeta, para os lados da Câmara, e um tal de Rodrigues Sampaio, que, de tantas mudanças e rodriguinhos ainda hoje se pasma não ter sofrido um torcicolo.
Alex e os amigos do Norte subiram, vezes sem conta, o farolim do torreão da alfândega e toparam-lhe o gosto das alturas, tentando alcançar aquela luzinha vermelha, colocada bem lá no topo da escadaria de ferro e que, segundo ouvira a certos pescadores, servia de azimute, por alinhamento no mar alto, aos locais onde havia mais peixe. Das primeiras vezes, acagaçara-se todo naquela escalada pois, atrás de si e numa disputa do empurra à marrada, a fila dos amigalhaços forçava o do alto a arribar sempre ó p’ra cima daquela Eiffel que, em chegados, constituía a prova de fogo para ser aceite no grupo, com honras de guiness, se, entretanto, o Lázaro fiscal não os esperasse cá em baixo, para umas valentes bordoadas!...
Se a sineta tocava três vezes, era sinal de naufrágio e, então, o alto do farolim e o torreão do Salva-vidas do Ti Abílio eram disputados, ao binóculo, para alcançar o azimute da tragédia e calcular, a olho nu, as milhas que separavam os náufragos da terra. As aflições aconteciam, sobretudo, à saída e à entrada da barra, quando as catraias vinham carregadas e a maré as empurrasse para dentro ou para fora. Descia, então, o Salva-vidas dos seus trilhos ensebados pelas vísceras da peixaria que restara da lota anterior, sendo puxado, à força de remos, por homens que substituíam a tropa pelo serviço voluntário, pagando a correspondente taxa militar.
Umas vezes, a tragédia era suavizada pelo retorno dos homens, outras, a vila via aumentar o rol das viúvas, pelos familiares naufragados, e cujo único sustento era o próprio mar.
No terço da tarde, o velho arcipreste sarava as dores e desavenças de uns e outros pelo recontar das Ave Marias e Padres Nossos que desfilavam pelos dedos calejados desta gente que se mantinha unida pela fé e esperança em dias melhores.
Talvez que já amanhã, no milagre repetido de uma pesca milagrosa.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Milo - Esposendense que ama a sua terra.

"Esposendenses que amam a sua terra."
Pegando carona na pauta do jornal Farol de Esposende,
o blog faz uma singela homenagem ao Milo que está inaugurando
post dedicado aos Esposendenses que amam a sua terra.

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